No passado dia 23 de Março, pelas
17 horas, foi a escola de Canto Gregoriano da Universidade (USO) à paróquia da
Freixianda, para a celebração das «Vésperas».
Recordaremos que na Colegiada de
Ourém (1445-1850), os antigos priores, cónegos e demais dignidades, celebravam,
diariamente, as horas canónicas: Matinas, Laudes, Vésperas e Completas.
Também lembramos que, durante muitos
anos, nas terras distantes “das Freixiandas”, existiu um curato, dependente da Sé de Ourém, para acudir às necessidades destas
aldeias distantes.
Por isso, a escola de Gregoriano da
USO quis deslocar-se, neste ano, à Freixianda para prestar uma homenagem ao
povo cristão da Paróquia, e ao mesmo tempo ao Sr. Prior, Pe. Benevenuto de
Oliveira Dias – representante desse antigo “curato” das Freixiandas…
Para que tudo decorresse em
conformidade, foi-nos grato contar com a participação do mais antigo dos
actuais priores de Ourém, - o Padre António Bento, pároco da Senhora da Piedade.
Diremos, outrossim, que o
objectivo principal da escola de Gregoriano da USO é recriar e recordar, de
algum modo, o que foi a antiga capela de Cantochão, ou Canto Gregoriano, da Colegiada
de Ourém.
Foi, portanto,
com esta memória histórica no espírito de todos, que a classe de Gregoriano da
USO se deslocou à Freixianda para poder aqui realizar um momento de oração – as
Vésperas – durante cerca de 45 minutos, sob a presidência do Senhor Prior.
Tudo começou, então, com o canto
do sinal da Cruz, após o qual o grupo continuou
com a entoação dos vários salmos, hinos e antífonas.
Primeiramente, o hino Vexilla Régis pródeunt…(Avançam as
insígnias do Rei…). Depois, o canto dalguns
Salmos - a oração do Povo de Deus, por excelência. Assim: o salmo 118 – uma longa meditação sobre a
lei de Deus; o salmo 84 - uma oração colectiva de súplica; e o salmo 26 – uma oração de esperança.
Na continuação, o Padre António
Bento entoou uma Lamentação atribuída
ao profeta Jeremias. E na sequência da celebração, o grupo cantou o texto
talvez mais expressivo de todo o Canto Gregoriano: Christus fáctus est pro nóbis obédiens, usque ad mórtem; mórtem áutem
Crucis (“Cristo obedeceu, por nós, até à morte; e morte de Cruz.)
Cantou-se ainda o conhecido
“cântico de Maria” – o Magníficat (A
minha alma glorifica ao Senhor). Trata-se de um salmo de acção de graças, - o
cântico dos pobres e dos humildes, que reconhecem a vinda do Senhor para os
libertar.
Por fim, a escola de Gregoriano
da Universidade terminou a celebração com a antífona mariana: Avè Regina, caelórum, Avè Dómina angelórum…(Salve,
Rainha dos Céus! Salve, Senhora dos Anjos…)
Uma salva de palmas, sugerida
pelo Sr. Prior, coroou o canto de Vésperas na igreja matriz da Freixianda.